quarta-feira, 25 de maio de 2011

SECOND LIFE: A TERRA PROMETIDA OU ESQUIZOFRENIA COLETIVA?

Antes de qualquer coisa, esse texto foi publicado ha alguns anos por mim no blog (de) cadenzza, o qual deixarei um link no final pois rolou um debate interessante nos comentarios...

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Há quem diga que o mundo virtual é a evolução humana, e que a tecnologia atual supera o desenvolvimento causado pela nossa amada revolução industrial. Penso que essa droga, e digo droga no sentido literal, não passa de doença mascarada, escapismo permissivo, droga, eu digo droga!

Peguei-me hoje mesmo debatendo ferozmente com uma amiga universitária de administração, sobre um projeto chamado “second life”. A princípio não chegamos a conclusão alguma sobre o que seria esse tal, me prendi a idéia de que fosse um jogo, justificando, pois, que tal projeto tem como fundamento um crescimento pessoal (ainda que virtual), sobretudo financeiro, em troca o que se ganha é a possibilidade de se fazer tudo aquilo que se quer fazer nesse mundo real e não se pode (flertar com belas garotas, voar, ter dinheiro), ou seja, há o fundamento de ganha e perda, princípios fundamentais ao jogo. Obviamente minha amiga descordou dizendo que é muito mais que isso, são possibilidades ilimitadas, uma plataforma que se aproxima das de jogos, mas com finalidade de relacionamento entre outras coisas que realmente me persuadiram.

Tenho essa estranha mania de analisar tudo, confesso que isso não é legal, mas o fato é que no século XVIII os Românticos se utilizaram de uma ferramenta muito próxima para efetuar a fuga de uma realidade tão amarga, o nome dessa ferramenta era ópio. Voltando um pouco na história, nossas grandes civilizações, sobretudo a grega, apostou no escapismo através do conhecimento, tudo questionar, tudo explicar, tudo teorizar, nada em vão, mas nenhum conhecimento foi suficiente para suprir essa esfomeada angustia humana.

O inicio da humanidade tem varias versões, e eu sempre opto por tentar unir todas, execrando suas inconsistências, improbabilidades e subversões. Podemos dizer que o mundo teve um inicio, não sabemos ao certo como, mas o homem de alguma forma evoluiu cognitivamente. O fato de adquirir conhecimento seja através do fruto da sabedoria do éden, seja através de evolução seletiva, iluminou a consciência humana para a efemeridade das coisas, e o homem enfim se deu conta de que o tempo não passa, nos sim passamos (ouvi isso em algum lugar), e como é angustiante para nós, imperadores desse mundo, podermos controlar tudo, menos a nos mesmos. Assim criamos deus. Não digo que este não exista, aliás, a partir do momento que algo e substantivado e devidamente nomeado, passa a fazer parte do mundo das coisas, ou seja, existe, mas reformamos e deformamos esse deus a mercê de nossas necessidades com o passar dos anos, e criamos logo vários um para cada angustia, um para cada desejo, mas os desejos sao infinitos, insaciaveis, e deus fora sim e é uma forma de escapismo, tanto quanto ópio, tanto quanto o subjugado conhecimento.Mas afinal, quem precisa de deus se criamos o second life? Qual a necessidade de um mundo virtual se criamos um deus?"

http://decadenzza.blogspot.com/2008/09/second-life-terra-prometida-ou.html

Um comentário:

Unknown disse...

no coments? wtf???