quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Metas pra 2016

retrospectiva feita, é hora de listar as metas...
Não repetir os erros deste ano
Escrever mais.
Publicar o livro
Deixar os maus hábitos (alguns deles)
Por em pratica os planos capitalistas recentes (vou ficar rico) kkkk
Não repetir os erros deste ano
Ser mais paciente e presente pra lele carente
Lembrar de chamar a U de capeta
Não deixar a molinha esquecer que ela é resiliente
Lembrar que amigos juntos enriquecem e emagrecem juntos!!!
Esquecer a ideia de que vou ter um relacionamento/família/filhos como queria
Aprender a viver bem com essa ideia
Não parar de estudar
Entrar no IEV
Produzir pelo menos um artigo.
Como lembrado agora no whats... ter PACIÊNCIA com a U
Não repetir os erros deste ano...
Amar e cuidar daqueles que tornam minha vida tão mais interessante...
cumprir as 5 tattoos que ainda faltam!!!
Acho que falta coisa, mas incluo depois...
queria reforçar algo importante... 2015 foi pesado, e cheio de perdas que nunca vou superar, e nem pretendo... Aprendi com algumas os erros que não devo cometer, a dedicação que preciso ter com as pessoas e com os sonhos que tenho, com outras aprendi que sou o cara mais sortudo do mundo pela família e amigos que tenho, pela amiga que resolveu que não queria mais estar neste mundo mas sem duvidas vai estar em mim e nos outros por muito tempo ate nos reencontrar (talvez)....
tem mais duas metas, das quais uma tenho que cumprir se outra não der certo... mas nem vou falar e talvez nem lembre depois... mas enfim, feliz 2016 pra quem inda le esse espacinho!!!

sábado, 26 de dezembro de 2015

O novo...

...Um novo dia
um novo rito
um novo grito
gostava mesmo do velho...
Pois o (a) moço (a) não entende.
que o tempo não cura, tempo é a doença...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Era uma vez...

Era uma vez..
o pior natal do mundo
não houve presente
não houve presença
mas houve passado
houve a lembrança de que um dia
houve milagre no natal
um dia houveram estrelas e vaga lumes
houveram amigos e sorrisos
houve família, e tudo mais
não houve resposta desta vez
nem feliz natal daqueles inesperados
houve presente deixado sobre o túmulo
houve afastamento gradual e permanente
houve castigo por demasiados erros
houveram lagrimas como ha tempo
e como haveria de não ter?
era uma vez o pior natal de todos
pra pior pessoas de todas
no pior ano de todos....

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Então é natal...

Pois é papai noel, aqui estamos
hora de acertarmos nossas contas
antes de mais nada
não concordo com teus métodos
não concordo com o numero de pessoas
o numero de crianças sofrendo no mundo
a questão não é dar presente
alguém que poderia viajar o mundo
em uma noite
poderia fazer tantas coisas
alem de fomentar o patriarcado
a competitividade do capital
alem de não problematizar desigualdades...
mas entendo que tenha vindo me perguntar
se fui um bom menino este ano
a principio
Não.
Não fui em diversos momentos
não fui quando deveria cumprir horários
quando deveria cuidar das pessoas
nesta ultima falhei homericamente
não fui quando deveria ser honesto comigo
ou com outra pessoa em situações chave
não fui quando devia ter me aplicado em uma matéria
que eu tive preguiça
não fui quando deveria evitar de magoar as pessoas
e eu magoei, magoei gente demais
magoei demais quem eu não queria
e me magoei demais.

a questão é que em outros momentos
aqueles que todos esquecemos
fui um garoto mau, que cuidou da melhor amiga
até o ultimo minuto de vida
que apoiou um monte de gente quando
nem aguentava se apoiar
que tentou evitar alguns erros cometendo outros
que teve paciência...
que cuidou de quem ama, mesmo que
no fundo, tivesse errado em outro momento

fui um garoto mau que continuou em pé
mesmo apos ver suas falhas tirarem de si
cada coisa importante que tinha
cada uma delas
e como se não fosse suficiente
outras se foram, independente das minhas falhas
mas fiquei de pé por quem tinha em mim
um garoto nem tão mau assim

ahhh, então não ganharei presente?
bom, não faço questão...
vamos fazer melhor
que tal garantir que as crianças boas não apanhem
dos policiais quando tentam ser  boas
que tal as pessoas boas
não nascerem com condições psicológicas
que as levem a loucura e ao suicídio?
que tal ser minimamente coerente com
as crianças que passam fome
com as que passam frio
com as que passam sede
com as que são aliciadas pelo capital
e pela ideia de ter para ser
e depois são ditas "más"...

e quanto a mim?
a justiça do mundo resolve
perdi muito
ganhei muito
não preciso de vc...

Meus mais sinceros votos de um bom natal, e um prospero ano novo bom velhinho ^^

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Retrospectiva 2015

Dizem que a vida é dura
e que o mundo te ensina
e que assim amadurecemos
pois bem, o que fazer agora?

Em diversos momentos nos ultimos anos
a vida endureceu comigo
e me senti estupido por não entender
o que o mundo queria me ensinar
e os valores que tanto me ensinam
são quebrados a cada crise mundial
ou individual, ou familiar
e as promessas que fizemos
quebramos
e os sonhos que tivemos
quebrei

Gosto de retrospectivas
gosto de rever o passado
de fechar os olhos e imaginar
voltar no tempo
e cada dia mais o passado se torna doce
e o presente amargo

ha alguns anos fiz uma retrospectiva esperançosa
cheia de "just smile today"
e invejo muito aquele cara agora
pois hoje não sinto que sorrir funcione...

mas houveram coisas boas
claro que sim
se houve rompimento
antes houve amor
se houve morte
antes houve VIDA
se houveram brigas
houve antes um "se importar"

O mundo me ensinou sim
que são raras as coisas que valem a pena
são raras as que resistem a algumas coisas
mas nem todas que não resistem são ruins
talvez efêmeras
ensinou a efemeridade do corpo
ao contrario da eternidade da essência
ensinou que tudo pode passar de céu a inferno
e poucas semanas
e vc pode perder tudo, ou quase tudo
mas algumas pessoas estarão ali
pra provar que de tudo, em algo acertamos

mas enquanto ensinava, a vida me tornou duro
duro comigo mesmo
com meus erros
com minhas escolhas
me tornou duro e frio
pra não cair ao ver tudo ruir

E das poucas qualidades que tenho
uma será incrivelmente necessária
quando voltar a pensar em 2015
aquela de pensar o passado
esquecendo ou resignificando
tudo que houve de ruim
e mantendo vivo, tudo que
de alguma forma me faz bem...
(ainda que momentaneamente
nada me faça bem...)

Ps. Quem não gosta de texto pessimista, pode ler as outras retrospectivas, tem varias...
ps2. pra rever a retrospectiva de 2011 (aquela esperançosa) basta clicar na frase do poema e esperar ele te redirecionar.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Dia Ruim...

Não foram poucas as vezes
que acreditei que iria explodir
que não aguentaria nem mais um dia
sei que pra vc era isso todos os dias

sempre imaginei que ficaríamos velhos
e que teríamos de forçar a memoria
pra encontrar aqueles momentos chave
onde as coisas mudavam de curso, e ainda estávamos juntos

sempre houveram coisas, que só a gente sabia
não que fossem graves, mas só a gente se importava
sempre houve um compromisso com o outro
uma cumplicidade tão incrível, um cuidar tão grande

sempre teve dias que eu mergulhei nos meus infinitos processos mentais
daqueles que me afastam de tudo
sempre houve dias que sua dor e vazio eram tão grandes
que me obrigavam a me manter longe
eram os piores dias, não só pra vc

mas não importava a fundura do poço, estávamos definitivamente juntos.
nem melhores amigos, nem amantes, nem irmãos
simplesmente fomos, exatamente o que deveríamos ser
compartilhando crimes, castigos, culpas

e qual o problema então?
eu simplesmente nunca me senti tão sozinho nesse mundo
eu que sempre tive acostumado com o "sempre"
me vejo com um nunca
nunca mais teu sorriso
nunca mais suas tretas de madrugada pra resolver
nunca mais suas historias

Paradoxalmente o momento no qual
seguindo nossa teoria das mascaras
tenho que usar a mais positiva de todas
e ser forte, mais forte que em qlqr outro momento
por mim e por todos outros que nos importamos
justamente nesse momento... eu descubro
que sem vc é mais dificil
que sem vc, isso de chorar escondido
e fingir pra todos que to bem virou rotina
mas cá entre nos...
não estou
não vai ficar tudo bem
não desta vez...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Da razão e o amor

E eles falam de amor, insistentemente falam
falam de guerra por amor a Deus
falam de amor à causa
falam de amor platônico
falam de amor a vida
falam do amor que não tiveram
do que desejaram

eu falo de amor pois vi aqueles olhos
senti meu corpo identificar depois de anos
os mesmos cheiros e gestos
falo de amor irracional
de amor que me faz perder razão
me faz ter sentido
mas... e se amor for outra coisa?

e se o amor não passar de uma condição humana
uma combinação fortuita de hormônios
excreções e recepções
assimilação de oxitocina ou serotonina
falta de cafeína
manipulada e condicionada
por uma série de discursos históricos
que criaram nosso modo de pensar as coisas
e de considerar os fatos e sentimentos
e tendo como sentimentos as respostas
dos sentidos orgânicos
aos estímulos internos e externos.

Considerando ainda que o grande ente
sobrenatural por natureza fosse,
posta a naturalidade dos sentidos,
natural ao homem
o inominável ser, indizível nome
seria assim o criador
obra e criação da mente
da própria criatura?

E tendo isto por certo
tendo a criatura criado seu criador
sendo inerente a esta a capacidade
de raciocínio lógico
a razão por assim dizer
como pode ser a criatura/criador

maior e mais importante que o criador/criatura?

não há razão pro amor... não há...
eis a unica coisa que prefiro fazer irracionalmente...
amar...

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Dilema da dedicatória


Incrível como uma simples dedicatória naquele ultimo trabalho de faculdade pode trazer reflexão...
Nunca me liguei tanto nessa de enaltecer conquistas, sinto mais como se fossem parte de um processo. Justamente por isso a tarefa de dedicar o simbolo dos meus trabalhos acadêmicos dos últimos 3 anos se tornaram uma epopeia. Me lembro de todo o percurso, e me senti inclinado a agradecer pessoas inimagináveis, boa parte do que cresci devo aos meus colegas de classe, sejam os amigos ou os menos amigos, cada debate trouxe algo único. Cada dedicação extra dos professores em incluir anarquismo nas aulas, cada olhar de atenção ao que eu penso... as dicas valiosas e brincadeiras sobre politica.. mas academia não se faz só de universidade, e nisso me lembro dos colegas de debate no face, dos alunos incríveis nos estágios, dos professores mimizentos na sala dos professores... mas assim eu também tenho que incluir meus grandes suportes, minha família, meus amigos de sempre, a ex noiva que foi incrivelmente importante desde o processo de escolher fazer historia até dois meses antes do final... mas como a vida é engraçada... teria que agradecer U, Lele e Mila pelo amor imenso e sincero que descobri na amizade pura e simples, e que me permitiu seguir até aqui...
No fim das contas, eu pensei em todos estes, mas entendi que cada qual tem, na mesma medida em que se importa, sua parte na minha "conquista" de forma bem direta... e fico feliz de ter vivido cada segundo destes três últimos anos.
Aí vem a pergunta, ok... a quem dedicar então simbolicamente o trabalho?
Tem alguém que esteve comigo em tudo, quando acertei, quando errei, quando cansei, quando sobrei nas provas, que as vezes pareceu ficar mais feliz que eu com algumas conquistas minhas... e esteve comigo desde muito antes, que incrivelmente teve contato com cada um dos personagens que citei la em cima como importantes... não que todas as outras pessoas sejam menos importantes, na verdade algumas delas ficaria bem esquisitão de eu colocar na dedicatória... mas esta pessoa, foi talvez a unica que realmente fez MUITA falta nesse fim de processo, uma falta que não tem nada a ver com ego, ou com orgulho, uma falta infinitamente dolorida... então, essa foi pra vc ju... a ultima coisa que vc falou (de forma bizarra) foi pra eu focar nisso msm (na academia)... Obrigado MESMO por isso, e por tudo...

Ps. Sim, é uma letra de musica...
ps2 . é uma frase da musica Blackbird do alter bridge (Além do sofrimento que você conheceu,
espero que encontre seu caminho. Que você nunca se machuque de novo...)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Colisão

Eis que em todo universo
fez se ouvir a explosão das coisas
e nada fez se tudo
mas mesmo o tudo
seria nada sem expectador
não há cores se não houverem olhos
tampouco luz para olhos cegos
menos ainda tempo ou movimento
senão fosse a ilusão de devir
ou de já foi
mas o que importa, é que dentre tantas
e tantas partículas ínfimas
deslocando se em infinitas direções e
diferentes velocidades
dentre as incrivelmente infinitas possibilidades
formou se o ser
e o ser, como universo que é
fez se caos, e no caos de possibilidades
nos chocamos
nos chocamos com outros,
com coisas
com universos
e cada novo choque, partes
hora maiores, horas menores
se fixavam e passavam a fazer parte do que somos
nessa incrível dança do universo
fez me ser, e expectador
pra contemplar o milagre
de entre tantas possibilidades
nos chocamos
nunca mais fomos os mesmos
ainda que fossemos o mesmo
parte da mesma unidade
que fez se ouvir em todo universo e além
seu grito.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Sobre mascaras, amores e outras coisas...

Não é raro discutir com algum amigo e me ver fazendo mil reflexões no blog pra me explicar depois... realmente não me considero uma pessoa facilmente compreensível.
Acredito de verdade em poucas coisas, e vou me despir um tantinho aqui agora pra sanar uma questão específica... minha mascara.
Sobre Deus, eu já tive o habito de rezar, fazendo planos mirabolantes e contratos que não cumpria. Em algum momento precisei refletir sobre ELE para que eu conseguisse encontrar sentido, e encontrei... se o pouco amor que há no mundo tem a capacidade de fazer tanta coisa, imagina um ser feito exclusivamente de amor? E é nesse Deus que acredito, e com base nisso não faço questão de falar sobre fé, igreja etc... é algo interno...
Amor acaba por ser a coisa mais importante na minha vida, e assunto recorrente nos meus escritos, não raramente num tom bem triste, sobretudo quando amor romântico.
Uma das maiores qualidades/defeitos que tenho é a intensidade com que vivo qualquer coisa. Isso somado a importância dos amores na minha vida (repito, todos os tipos de amores) me presenteiam com as historias mais lindas, e tenho varias, amo todas elas, algumas em especial por parecerem não ter fim.
É nesse ponto que abrem duas perspectivas interessantes sobre mim:
a primeira é de que nada me faz mais feliz nesse mundo que meus amores e minhas historias de amor. São como os melhores livros ou filmes que eu revisito sempre, com a vantagem de que consigo me sentir no lugar do personagem.
A segunda e mais importante talvez, é que existe um sistema de mascaras, que usamos diariamente para criar uma realidade mais confortável. Todos usamos, é justamente este habito que nos faz fortes, que nos faz muitas vezes abrir mão do próprio sofrimento pra ser forte para os outros...
Acontece que um dos tipos de amor que mais prezo é a amizade, pois nela, o uso das mascaras é opcional, e dias bons e ruins se tornam visíveis, sobretudo em alguém que intensamente vive tudo... lógico que nem sempre é a melhor coisa se deixar ver despido dela, mas é preciso.
Mas entendo como esforço para ver o outro feliz esta tentativa de dar um choque de realidade, dar aquela chacoalhada, afinal, problema todo mundo tem, bora viver e esquece disso... Mas entenda, apesar dos dias ruins, que obviamente estão mais presentes do que eu desejava, tudo que eu tenho de mais feliz é justamente tudo aquilo que em algum momento me faz sofrer; caso contrario eu não me daria ao trabalho de vive las. Algumas virgulas e pontos finais são extremamente doloridos, mas fazem parte da história, e não quero viver nem só os pontos, nem só os contos felizes, quero o livro todo, em toda sua essência, em toda sua plenitude, com toda intensidade que merece, afinal, é um livro que só posso escrever/ler uma vez...

ps. em resumo, sinta se feliz se já me viu sem mascara, sinal que amo vc e conto com sua compreensão ^^
ps 2. não é obsessão, é uma das propriedades do amor, por não ser feito de carbono ele não deteriora no ambiente, logo, ele é meio eterno ou pelo menos tem data de validade indefinida ^^

domingo, 8 de novembro de 2015

mais um dia...


O chão um dia vai se ausentar
de seus pés cansados
as instituições vão falir
suas crenças vão cair por terra
sua mascara não vai caber
as pessoas, uma a a uma
vão se afastar
o doce café ficará amargo
a dor não te deixará mais forte
as promessas não farão sentido
não era pra ser pra sempre?
e o sol não vai acordar
e se as lagrimas te aquecem
a chuva fria amorna
é compreensível...

a saúde não é mais a mesma
cada golpe que antes absorvia
vai te minar com a força de um canhão
e cada dia ruim, será apenas mais um

E nem a felicidade "dela" te anima
nem o desenrolar das coisas te fascina
nem a vitoria na raça do "curintia"
mas é só mais um dia

seu dente vai doer
a pressão vai subir
o ar vai faltar
a paciência então...
e não adianta chorar
o mundo não vai parar
nem por vc nem por ninguém
Como pensar a revolução
sem poder revolucionar a si mesmo...
só te resta dormir
e rezar, pra que a mascara
finalmente volte a lhe servir
pra mais um dia...

Ps. deu vontade de assistir "les miserables" outra vez, one day moooooooore
#eponinediva

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Ursa menor (em seus olhos)


Se olhos espelham a alma
lhe reduzo então aos teus olhos
talvez reflita alem da mascara
alem do que queira mostrar

Olhos de coruja
atentos quase sempre
curiosos quase sempre
por vezes viajante, vigilante
nada passa despercebido
mas nem tudo gera uma ação
só o necessário
mas olhos de rapina
tambem sabem olhar com carinho
jamais pra qualquer um

Olhos de angustia
guardada a sete chaves
de guerras travadas consigo mesma
de desespero contido
de dor dilacerante
de medo do fracasso
expressas com um ar pacifico
e poucas lagrimas

mas a natureza
ou Deus se preferir
sabe bem o que faz
e aos poucos que reparam
teus olhos mudam de cor
cada vez que está triste
cada vez que algo não ta bem
e quando ta feliz demais também

e eu que achei que não poderia te reduzir a olhos
posso sim colocar toda a contradição
desta constelação em forma de gente
num poema sobre olhos...

ps. Feliz aniversário Ú, minha leitora numero 1...1/5 do que somos!
Voce não tem ideia do quanto me faz bem te ver crescida, de ver vc em família , de te ver cercada de amor, de te ver FORTE... tava na hora, vc tá ficando velha! uhauhauhauhauha (que cor seus olhos estão agora?)
ok que fomos um pouco ausentes nos ultimos aniversários, então o que eu tinha de foto postei ontem uhauhauhauha, mas vou completar o post com duas musicas que sei que vc vai gostar!!!
 
 

terça-feira, 3 de novembro de 2015

post de niver

Bom, hoje é meu niver, e gosto de relembrar como foi essa data em outros anos. Hoje isso se fez particularmente triste, e único...
Tenho muitos "amores" nessa vida, poucos deles considero realmente como merecedores de tal alcunha, e meus aniversários mostram justamente o quanto tais pessoas são unicas.
Claro que minha família é minha base fundamental, e alguns fatos recentes nos uniram ainda mais, pois família nunca se abandona, e minha família esteve comigo em cada evento da minha vida, sejam bons ou ruins.
Mas hoje tenho algumas histórias pra contar sobre aniversário, não todas, mas algumas que preciso pra mostrar o quanto alguns amores/amigos construíram seus espaços na minha vida, e pq são tão importantes.
Começo pela leitora numero 1 deste blog, temos poucas historias de aniversario juntos, mas é tão evidente nossas divergências e nossas semelhanças, que dificilmente alguem deixa de reparar que fazemos aniversário com 1 dia de diferença apenas.... eu me vejo nela tantas vezes e me sinto uma pessoa incrível se me parecer mesmo que seja muito pouco com o que vejo dela.
Não consigo falar de aniversário e de amiga sem citar a Ale, ela esteve presente nos aniversario mais épicos, dois deles foram organizados justamente por ela. Fora isso, ela permaneceu, sempre esteve ali por perto.
dois destes aniversários merecem especial referencia, num deles a protagonista foi uma outra pessoinha que talvez eu não possa citar o nome sem fazer um carnaval imenso, então, sem nome.
A festa foi na casa da Alessandra, era um tipo de halloween, e todos meus amigos estavam ali, quase todos na verdade, mas muitos deles. Foi minha primeira festa assim em toda minha vida, mas em determinada altura, mesmo com tudo saindo perfeito, eu tava vazio, faltava alguém, um único alguém, um único abraço... não me lembro bem se estava chovendo, mas aos 49 do segundo tempo, eis que surge um vulto na esquina, andando um pouco desengonçada... era a visão perfeita, era o que faltava, e sem que ng saiba eu chorei pq estava feliz... o resto da historia fica em off.
Outra situação na qual a lele estava perto, é uma das que me levou a escrever este post longo... em 2013, a juju (que Deus a tenha) me encomenda um bolo de morango, pra buscar justo no dia do meu niver que eu iria trabalhar... fiquei um pouco triste pq eu queria entregar em mãos mas ela marcou de pegar num horário que eu não estaria lá ainda... SURPRESAAA, era uma festa surpresa pra mim, a ju tinha encomendado de mim o meu bolo de aniversário... Sabendo que a grande alegria da ju era fazer alguem de bobo, imaginem a carinha dela!!!
O incrível Tofinho, presente da Juju, lembrando que o niver era meu (dez dias atrasado) uhauhau
2014 tb comemorei junto com ela de certa forma, ela saiu do coma dia 2 de novembro, em tempo de me deixar feliz... esse ano, digamos que deu ruim pra mim, mas me sinto extremamente feliz de ter tido a chance de entre bilhões de pessoas nesse mundo, ter a família que eu tenho, os amigos que eu tenho, a ju que eu TENHO... enfim, vou colocar umas fotinhos nesse post pra deixar mais legal...
Mila, Ale e eu saindo da visita a ju ano passado!

Bolo que a ju encomendou de mim para mim, uhauhauha
 Enfim, ainda tenho algumas coisas pra postar aqui, mas faço isso depois...





sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Coincidências Pt. I


Há muito tempo atrás eu escrevia textos ao invés de poemas, e em meio a um ano impar, não muito triste mas bem intenso, sob circunstancias que não vem ao caso no momento, criei Letícia, um dos personagens mais significativos pra mim. Depois de um tempo troquei o nome de letícia e ela virou um menino, e logo depois se dividiu em duas personagens, Oizus e Ester.
Já havia me esquecido deste texto, mas entre as incríveis coincidências que andam acontecendo, mais uma... encontrei o texto no meio das coisas que trouxe na mudança de casa.
Os nomes são literários, escolhidos pelo significado. Letícia vem do verbo latino Letificare (fazer feliz, aquela que faz feliz), Pedro, também do latim significa aquele que é, e Pierre é meu alterego literário, a forma como me coloco nos textos.

"De fato foi o que jamais pensei, e dentro de todas as possibilidades, dentre todas as analisadas variantes, foi letícia que lhe dera motivos para não pensar mais em motivos, quem lhe deu a segurança de se sentir inseguro, e lhe foi razão para não perder a razão.
Mas da vida o que resta é fatalidade, e se pedro não era pedra, se tornou frio e duro como tal. E de tantas impossibilidades, a realidade mais provavel foi a que se abateu sobre eles. Não apenas o fim, mas a morte, enfim a mais poética morte se antecipou ao verbo e sem saber ser amada, Letícia se foi...
E antes que as cortinas se fechassem, foi Pierre quem disse:
-Ela não morreu, pois o verbo morrer encerra algo ainda mais digno de se lembrar... ELA VIVEU"

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Uma manhã após o fim...

O sopro do vento ainda bagunça os cabelos
espalha o aroma dos cafés, esfria a manhã cinza
A moça se olha no espelho, prepara para mais um dia
seca os olhos e respira fundo
o moço acorda atrasado
não por não ter acordado, mas algo estranho
que desperta pela manha em seu peito
dizendo que não vale mais a pena
se levanta casmurro, se encara no espelho
seca os olhos e respira fundo
em algum lugar não muito longe
aos poucos ela recolhia os cacos
um dia ruim, desanimo
assim como de outra moça
já tão cansada...
talvez sorvete fosse a solução.
Passou incrivelmente despercebido ao mundo
o fenômeno raro do findar se
de algo tão imenso, tão único
de tão incrível trouxe em si
um misto de amor e morte
de felicidade e tristeza
de substancias tão raras
de lagrimas, sorrisos, palavras
sarcasmos, raivas, tudo tão puro
tão verdadeiro
e dizem que foi a loucura quem a levou
loucura é o mundo que não percebeu
que não parou no dia seguinte
e que continua esperando que
mesmo tendo vivido esse fenômeno
eu, tu e elas, possamos normalmente
seguir em frente.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

R.I.P

Eu queria poder escrever num poema
tudo que vivemos, tudo que falamos
Os planos insanos, os dias ruins
que não foram poucos
mas ao mesmo tempo queria
que teu sorriso debochado
seus olhos de Gabriela
e tuas gírias de gente velha
estivessem aqui tambem
e teu abraço quente
e tua fala desesperada
de quem quer me convencer
e tua presença, que reluto em acreditar
que não vou ter novamente
mas.. não posso
e eu me lembro exatamente
das ultimas falas de carinho que tivemos
alias, quase todas eram
e do ultimo dos segredos
bombástico
e a foto da fadinha que te dei ha 10 anos
das mensagens de voz me chamando de "cabrí"
A gente teve uma vida toda em pouco tempo
mas não importa agora o que eu quero
aprendi contigo a não julgar
não me sobrepor a vontade de ninguem
e que cumplicidade tem um significado real
e que a melhor experiencia do mundo
as vezes não é a do grande amor
mas daquela amizade incrível
Te confidenciei ha pouco
que não conseguiria ser feliz sem voce
eu não menti, nunca mais serei
mas como me ensinou a lidar bem
com esse sofrimento chato e cotidiano
Vou continuar aqui, ok?
agora somos 4 de 5
vc nos uniu, não nos separaremos
e todas as outras promessas que fiz
vou cumprir assim que der
e um poema assim tão grande
é pq não quero terminar
não quero que nada disso acabe
não quero perceber que vc se foi mesmo

isso não pe um poema, mas um grito
um grito que não é o ultimo
que apesar de  preceder o silencio do choro
não vem antes, e sim depois do fim

mas que não seja o fim então
vejo vc nas pessoas, nas cartas
nas roupas tuas que ficaram comigo
nas fotos, mensagens e audios
nas lagrimas, nos dias cinzas
nas sacanagens e duplos sentidos
nos livros, nas coisas
vc esta em mim, vc esta viva em tudo ainda
e o pedacinho de vc em mim vai viver pra sempre

Vai em paz, descanse em paz, e nos encontraremos...
está tudo bem agora...


terça-feira, 20 de outubro de 2015

Que seria? (especial dia do poeta)

O que seria do mundo sem a poesia das flores
dos pássaros tilintando, do vento e a caricia
do cinza e do sol, da chuva e do cheio de terra molhada
o que seria do mundo sem poesia?
O que seria do mundo sem os olhos que se olham
bocas que se beijam, amores que se amam
e depois se odeiam...sem amor, o que seria?
e da poesia sem o poeta?
se não há som sem ouvidos que ouvem
nem luz aos olhos cegos
de que adianta a poesia, sem o poeta?
mas entenda, como poeta, sem modestia
o que seria de mim sem as bocas que beijei
sem os olhos que olhei
sem as mentiras que acreditei?
que seria de mim sem a pele macia
sem teu calor na noite fria
o que seria?
Seria nada, como sou, seria nada...
Canto às musas pelo meu dia
às musas da saúde e da doença
às musas da riqueza e da pobreza
às musas ... pois desse mundo não quero nada
nem louros, nem nada...


Aos leitores do blog, feliz dia do poeta, e obrigado pela presença... Vou reativar comentários anônimos pra dar menos trabalho, fiquem à vontade...

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Vale a pena

Me conforta a questão da multiplicidade
de faces da verdade, e na verdade
por vezes deixo me levar na dança
das falas tortas, dos egos gritantes
sendo tantas as as possibilidades
garanto que ficar com vossas verdades
deve ser a melhor opção, senão o que?
mas fico com a minha
Eu amei e amo incondicionalmente
todos que já amei permanecem
mas poucos são os que quero ao meu lado
errei com todos que amo, e os que não amo tb
a reciprocidade do amor me garantiu os amigos
e amores que desejo carregar comigo
e os que não sobreviveram aos erros
que a dança leve, pra onde possam sorrir
pois ainda que a verdade tenha diversas faces
quanto mais próximos estamos do outro
mais próximo é o angulo que percebemos
grandes divergências só vêm com a distancia
que não surge da noite para o dia
nem do dia para a noite
nem no tropeço
A vantagem da minha verdade
É que me permito chorar quando triste
e sorrir por perceber que todo caos
vale a pena... tudo que antecede a queda
vale a pena... todos os poemas de olhares
e sorrisos, e lagrimas, e lutas, e cuidados
vale a pena... todo o ódio, e ressentimento
vale a pena... simplesmente por ser a minha verdade
e seu eu sorrir a qlqr tempo
garanto, será sem ódio, rancor ou magoa
sem nenhuma intenção de ironia ou falsidade
nem pra parecer melhor... não combina comigo
mas pq conheço minha verdade... e ela não depende do que sinto
e isso vale MUITO a pena...


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

fragmento sei lá que numero

Abro meus olhos, me fecho em meu mundo
Me protejo antes mesmo de acordar
Vivi o melhor de dois mundos
Fiquei com pior de cada um deles
Fiquei comigo mesmo
Sou a exceção à regra

A moda da casa...

ps... fragmento do livro "o ultimo"

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Dia dos professores (em tempo)

A relação mais gratificante
de todas que tive em em minha existência
não foram beijos
não foram amores
mas o abrir de horizontes
permitir inferências
a quebra de paradigmas
os olhares raros de interesse
a relação de ensinar e aprender diariamente...

ps: Aos meus professores, amigos professores, familiares professores, alunos professores... devo o que sou a cada um que mesmo sem querer me ensina algo... Uma das poucas coisas que amo no mundo, minha profissão, meu sacerdócio!!!

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Panis et Ciercenses

"… iam pridem, ex quo suffragia nulli uendimus, effudit curas; nam qui dabat olim imperium, fasces, legiones, omnia, nunc se continet atque duas tantum res anxius optat, panem et circenses." (Juvenal - Sátira X, 77–81)*
Falta o trigo, faltam os ovos
falta o fermento, falta a critica
falta a vergonha na cara
falta o pudor
não faltam erros e julgamentos
os mesmos que defendem
os erros imperdoáveis de uns
condenam os que amam
condenam por orgulho
falta amor, e como falta
faltam os olhos nos olhos
falta o dialogo
falta a tolerância
falta o pão
mas não se importe
falar do pão que falta
tendo a mesa farta
e a barriga alimentada
talvez seja mera hipocrisia
conteúdo de blog de poesia
afinal bandido bom é bandido morto
afinal "ela mereceu, era uma puta"
afinal "menos vitimismo gente"
afinal o mundo é dos fortes
dos bem alimentados
aos que não falta o pão
e o toddynho matinal
O show deve continuar
afinal, nem só de pão vive o homem, mas de circo tambem
em tempos de crise, o circo não falta....


*Já há muito tempo, desde quando não vendíamos nossos votos para ninguém, o povo abdicou de seus deveres, o povo que outrora detinha comando militar, altos cargos civis, legiões – tudo, enfim – hoje se restringe, e aguarda ansiosamente, a apenas duas coisas: pão e circo

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Momento










Já não sei dizer quantas vezes é necessário

morrer e renascer, cair e perceber

que nem sempre as mãos se estendem

e nem é por maldade,

mas pq ainda que seja difícil, se levantar...

esse é o TEU momento,

o momento de superar teu gênio maldoso

te dizendo "vc não consegue, essa vai ser muito difícil"

acaba que no fim não é tao difícil assim

e se for, todo tempo empreendido

toda força utilizada

serão providenciais, na próxima queda

e elas virão

mais tempo, menos tempo

cairemos e levantaremos para cair novamente

até enfim aprender

a caminhar com as próprias pernas...

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

sem nome!

Tal como rio nunca para de correr
tal como o mundo não para pra os que tropeçam
tal como o tempo não volta
e não corrigimos os erros em tempo
jamais paramos pra refletir
que o maior dos erros é nosso
nossa hipocrisia, nossa injustiça
não com o outro, isso passa
mas mentir pra si mesmo
ainda que seja pra doer menos
é a pior das mentiras...

Mas não tenho dúvidas
falho como sou, já errei com vc
e se errei, espero ter me desculpado
e se não o fiz, talvez seja mais um erro
pra coleção... mas não se engane
o erro é apenas uma ferramenta
daquelas que usamos pra culpar os outros
dos nossos fracassos
das nossas anguistias
dos nossos erros

Mas quem escolhe se apaga o rabisco torto
e finge que nunca errou
ou assume e rasura, pra lembrar que
se todos erram, é você...
e por mim, agora, que seja...


sábado, 10 de outubro de 2015

Amor Omnia Vincit (repostagem)

O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece.( Henry Charles Bukowski)

Feitos um para o outro, como papel e caneta... mas  e se fosse papel e lápis, ou papiro e pena?
E ela acordou naquela manhã revolta, e pensou no quão anormal e antiromantico é uma tempestade logo cedo, sem o brilho do sol pela janela, sem aquela sensação morna e calma...
-O sol, o tempo, o amor... todos masculinos, talvez pra evitar a TPM... Pensou.
As chances de se deprimir quando esta frio, ou chuvoso são enormes, mas ainda não são maiores do que se atribuir tal repentina tristeza a um amor, correspondido ou não... Pra uma garota qualquer, de uma cidade qualquer não seria diferente... por que então eu escreveria sobre ela...
Se levanta, escolhe a roupa que mais gosta, toma um banho antes do café preto e torradas, nunca havia tomado café preto nem de qualquer outra cor... assim pensou e sorriu, esse mesmo sorriso que encanta o garoto do outro lado da rua quando a vê sair, do mesmo brilham os olhos que tanto atraem a outra garota sentada no ponto de ônibus  que por sua vez faz uma feição tao meiga quando se envergonha que faz rir aquele rapaz que passa todos os dias de bicicleta só pra vê-la e ele fala baixinho " quem sabe um dia trago flores e canto um poema qualquer"... esse romantismo é tudo que aquela mulher do carrinho de pipocas esperava de alguém, mas o cara que vende balões gosta do garoto do jornal... e o garoto do jornal ontem roubou um beijo da menina da livraria, aquela mesma que namora o rapaz do balcão da farmácia, mas ele nem sabe disso, e se soubesse talvez olhasse pra nossa garota que acordou de manha e botou um sorriso no rosto  só pra fazer ele feliz...

Os amores são tantos, as possibilidades infinitas, mas somos tao egoístas, sempre esperando o romance de novela com a garota mais linda da cidade, com frases de poemas e fotos de porta retratos... mal percebemos que complicamos tudo, nos habituamos tanto com o que temos que perdemos o prazer quase infantil de amar por amar, de descobrir pra ver se gosta...
Enfim, amor não é só o sentimento fofo, amor é construção diária, e no fim, o amor sempre vence, mas nem por isso todos seremos felizes para sempre. (doug miesterludi)

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

fragmento I


Tento me cobrir do teu céu
Caminhar em teu jardim abstrato
Onde vive a paz e jaz a angustia
Um mundo onde cabemos
Dois corpos, uma alma
Poucos minutos afastados do mal
Poucos minutos sob o manto da inocência
Adeus sorriso, sono, calma

Seja bem vinda ao mundo real

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Profissão de fé


Por um momento paro a rotina
Olho em volta, todo artificio humano
Pouca natureza
Penso na pergunta fatídica
Você crê em Deus?
E com tantas definições acerca
Deste ser tão complexo
Prefiro começar com o que não creio

Eu não acredito que todo homem é bom
E não acredito que todo homem é ruim
Não acredito no bem e no mal
No bom e no ruim
Não creio em amor e ódio sendo opostos
Não acredito no poder constituído
Não acredito no que não é intenso
Não acredito em meias palavras
Nem em meias verdades
Meia verdade é por consequência
Meia mentira também
Não acredito que urubus cagam uma vez só
Mas não creio também que escolhem cabeças
Para cagarem freneticamente
Absolutamente não creio em sorte ou azar
Não creio no poder do dinheiro
Dinheiro não traz felicidade
Se o fizesse seria ilegal
Não acredito numa realidade justa
Mas não creio que seja possível
Viver sem sonhar, desejar, imaginar
Não há vida sem a ilusão de que
Somos de certa forma importantes para o  mundo
Ainda que seja para nosso mundo
Ou para alguém que disse “eu te amo”
Mas na verdade, não me engano
Não acredito ser realmente essencial

Acredito na sinceridade de um olhar
Num sorriso infante
No erro como opção de caminho para o acerto
Na capacidade humana de criar
De conceber, de destruir
Acredito na infinita possibilidade
De consequências para infinitas escolhas possíveis
Mas não na aleatoriedade
Acredito no arrepio que causa a musica
No poder de um momento especial
Na eternidade das coisas
Na atemporalidade das coisas

E Deus?
Não acredito que seja cruel e vingativo
Não creio que se reconforte com a tendência
Violenta e opressora do homem
Tampouco com a insistência
Em aplicar a Ele regras, usos
Costumes, sentimentos e outras humanidades
Ou que seja comprado, corruptível
Ou que seja Ele homem, ou mulher
Não é raro supor que Ele ao menos exista
Minha humanidade não concebe o conceito
De coisas que não conhece
Mas se por um segundo fecho os olhos
E elimino tudo aquilo que não creio
Tudo aquilo que sei ser ilusão
Toda materialidade
Todo conceito criado pelo homem
Claro, se eu for capaz
Vislumbro aquilo, que posso talvez

Chamar de existência de Deus

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Vergonha


Refugiados de guerra
intolerância religiosa
étnica, Deus virou as costas
vergonha
A vitória do capital
a vitoria global
do acumulo de riquezas em detrimento
da falência humana, pobreza
vergonha
vazio de poder
banalização do mal
e da violência, ta no jornal
sangue em suas mãos
vergonha
e o caos do mundo
e o caos em mim
seus olhos estáticos
tristes, frios
boca cerrada
casa vazia
o amor reduzido
a papeis rasgados
nunca antes desejei tanto
o fim, de tudo, de mim
a covardia inda me salva
vergonha...

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Setembro (do livro)

O Negro véu oculta o riso
Não o impede, mascara
Veste de amarelo a rosa
Que nasceu pra ser vermelha

Intriga desde a Grécia que
A rosa, fez se branca até que o mal
Violentamente atinge Adônis
E torna a rosa vermelha

Tragédia rima em essência
Com a flecha que não sangra
O coração mas o enlaça
Sem triste fim, apenas triste

O fim fica por conta da eternidade
Que prontifica a engolir o tempo
E todo sentido de existir sem esta
Rosa atemporal de setembro.


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Cinza

Desde o início do ano, comecei a escrever uma serie de poemas que resultaram num livro (chamado O Ultimo) que, obviamente, não estou mais pretendendo publicar. Algumas pessoas já tiveram acesso ao material, apesar de eu ainda estar inserindo novos poemas nele, mas gostaria hoje de postar algo que escrevi no livro ha alguns meses, mesmo pq o dia está corrido...


Cinza

Apenas mais um dia cinza
Mais um esboço que não sei colorir
Queria dizer que preciso
Dizer algo e tirar do peito
Mas as vezes a tristeza e o peso da verdade
Não dita... é a única coisa
Que mantem você comigo
Queria ter algo importante para fazer
Mas já está feito
Ao menos tudo que minha coragem supera
Por hora posso ficar apenas aqui
Acho que já tive para onde ir
Acho que já tive rotina
Acho que já tive razões
Hoje só tenho que deixar passar

Deixar a vida passar.
(MIESTERLUDI, O Ultimo)

sábado, 3 de outubro de 2015

Minha trilha...

Não me lembro em que momento
a trilha sonora entrou em minha vida
não me lembro se em algum momento fui um filme mudo
mas das mudanças, essas eu me lembro

Do Rap que espelhava minha raiva
de adolescente ressentido com o mundo
ao punk da revolta específica
e a vontade de ser diferente de tudo

mas com a adolescência a melodia dos amores
"love metal" brega aos não correspondidos
creed e alanis ao primeiro amor, em duas notas
metal melódico, e a voz angelical do coelho do mato (o original)
Ao amor que me fez observar o céu, Ursa menor

O mesmo metal que me fez "seguir em frente"
e que me apresentou o "conto de fadas"
e me levou as "raízes", a "olhar interno"
e a estrela cintilante, a maturidade

a trilha cada vez mais complexa da minha vida
deságua então no seu nó poético
O desafio do amor com pés no chão
o impossível

e numa noite de natal, ou quase
sob o céu e os vaga lumes
num segundo de sobriedade...
não esperava ter do meu lado, "alguém como vc"

mas a beleza das canções de amor
sempre terminam num samba do crioulo doido
e volto a trilha triste de sempre


'cause i'm creep*
Don't Deserve You*
so carry on*...



O tempo não para...*


Eu tive um sonho ruim e acordei chorando


Por isso eu te liguei


Será que você ainda pensa em mim?


Será que você ainda pensa?*



referências:


* Radiohead - Creep


** Plumb - Don't deserve you


*** Angra - Carry on


**** cazuza - O tempo não para


*****Cazuza - Por quase um segundo

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

hoje eu acordei mais cedo
tomei sozinho o chimarrão
na verdade não
mas deveria falar de musica
das trilhas que me acompanham
que acalmam minha insensatez
que me jogam na solidão
e me tiram dela tantas vezes
mas...
coelhinho do mato que me desculpe
tenho trocentos alunos pra vigiar numa viagem
prometo me redimir com a leitora
numero zero do blog
so

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Vazio

Existe um vazio, uma ausência de sentido
que surge cada vez que nos sentimos sozinhos
mesmo em meio a bilhões de pessoas
zilhões de vidas...
sozinhos
pensei poder explicar a ausência de sentido
através daqueles que partem, mas obvio
eles não levam nada, e deixam muito
como pode esse vazio ser tão real?
talvez não faça sentido
mas esse vazio, quem sabe
pode ser um vazio de si
um vazio de ausência de si mesmo
das vezes que se ausenta de si
para viver em alguém
que ao partir... não leva nada
é preferível se perder de si
que mergulhar no mar de angústia...

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Versos Livres

A angustia e a liberdade
a raiva e a tristeza
se ser livre é, invariavelmente
mergulhar no mar de angustia
é livre a escolha do método
se escolhe ser triste
e em si nutre o torpe
desejo de remissão
os erros se mantem intactos
gritantes
e se escolhe a raiva
e em si nutre o torpe
desejo de justiça
os erros se mantem ali
intactos
A questão é que no fundo
de cada ser repousa
a certeza do que fora real
e do que fora quebrado
frases feitas sedam
a ilusão seda
mas a dor não cede
na saúde e na doença
na riqueza e na pobreza
felicidade ou tristeza
até que os erros nos separem...
não os teus... os meus...

terça-feira, 29 de setembro de 2015

O rio...

A mansidão esconde a força
E a eterna tendencia
Sempre em frente
Aguas turvas, sempre em frente
são espelho de minh'alma
e se agora são tristes,
nem sempre foram...
Até o sol que antes dormia
parece agora morrer
A noite me sufoca
e se me afogo
o rio não para por mim
não por maldade
sem culpa
é a natureza...
sempre em frente...

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

das cores que pintei

São as cores que pintei
São alvas garças pintando o horizonte
é o vermelho vergonha das penas
é o verde remorso da vegetação
é o marrom dos olhos cegos
na terra molhada, na água que corre
é o amarelo do sorriso
nas folhas mortas
é o cinza e o rosa no céu
e tudo que em mim habita tem as cores que pintei
a lua rubra e as nuvens negras
as cores ausentes, e são muitas
na monstruosidade e na rutilância
são as cores que eu pintei..

domingo, 27 de setembro de 2015

Desejo de todo o coração um mundo mais justo, mais integro, mais empático, mais equilibrado. Não que as pessoas devessem ser eternamente felizes, mas a vida deveria ser menos pesada.
Desejo um mundo onde os embates ideológicos sejam realmente no campo das idéias, quem sabe eu poderias morar numa ecovila, alimentar meus filhos sem o veneno dos agrotóxicos. e desejo ainda mais que o mundo não entre em colapso antes de perceber que meus desejos não são impossíveis...
mas acredito que nunca desejei com tanta força, mas com tanto pesar por sua impossibilidade como poder voltar no tempo... poderia corrigir erros da humanidade, poderia mudar a história toda... mas não é bem o que eu desejo... Corrigir erros passados consiste em criar novos erros, e estou farto de viver com culpa. Só queria revisitar momentos, revisitar a sensação de paz, observar com calma onde foi que tudo começou a dar errado...  aquele ponto de ruptura entre o "está tudo bem" e o "está tudo errado", entre o " que seja pra sempre" e o " esse erro é imperdoável, acabamos por aqui"...

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Costumo cometer muitos erros no percurso, sobretudo com relação a escolhas e pessoas. Aqui no Blog eu já expressei diversas vezes esta minha peculiaridade, bem como a excessiva autocrítica, pessimismo e uma eterna luta por um sentido nas coisas.
E falo de amor, muitas vezes para dar indireta, desta vez não é o caso... não vou divulgar este post especificamente, tudo que preciso é confessar para o mundo que errei, e como de fato deve ser, erros tem consequências, e meu mar de magoas no momento é fundamentado nestes erros. Certa vez li de um poeta algo sobre erros e amor, achei lindo, e como qualquer poeta, achei ter entendido de forma empática o que quis dizer:

"Quando me tratas mau e, desprezado,
Sinto que o meu valor vês com desdém,
Lutando contra mim, fico a teu lado
E, inda perjuro, provo que és um bem.
Conhecendo melhor meus próprios erros,
A te apoiar te ponho a par da história
De ocultas faltas, onde estou enfermo;
Então, ao me perder, tens toda a glória.
Mas lucro também tiro desse ofício:
Curvando sobre ti amor tamanho,
Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho.
Assim é o meu amor e a ti o reporto:
Por ti todas as culpas eu suporto."

(Shakespeare)

Meu contexto é ligeiramente diferente, mas "por ti todas as culpas eu suporto" pq esse mal me é benefício, e se eu pudesse, juro, de todas as pessoas que amo e que faço sofrer, tomaria pra mim a dor que sente... enfim... é só um post de mea culpa, depois volto para um post decente