segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Sou


Se foram os pássaros e o coro ululante das manhãs
O cheiro do café, o calor no peito, o sorriso fácil
Se foram as borboletas do estomago, se foram todas
E as vontades, desejos, esperanças, sonhos

Tudo que não era certamente meu, se foi
E quem dera nada houvesse restado
Restei, com tudo aquilo que sou
E tudo mais que não posso evitar

E se pudesse, trato como hipótese, evitaria?
Que seria eu então? O que realmente difere
O ser que sou do ser que fui, e ainda, do ser que,
Quando sonho, gostaria de ser?

Não sou pássaros, nem cheiro de café, nem calor no peito
Nem sorriso, nem amor, nem vontades, desejos, esperanças
Tampouco existo alheio a estes e outros produtos dos meus sonhos

Somos o que somos... ninguém precisa fingir-se feliz por isto.

Nenhum comentário: