Se foram os pássaros e o coro ululante das manhãs
O cheiro do café, o calor no peito, o sorriso fácil
Se foram as borboletas do estomago, se foram todas
E as vontades, desejos, esperanças, sonhos
Tudo que não era certamente meu, se foi
E quem dera nada houvesse restado
Restei, com tudo aquilo que sou
E tudo mais que não posso evitar
E se pudesse, trato como hipótese, evitaria?
Que seria eu então? O que realmente difere
O ser que sou do ser que fui, e ainda, do ser que,
Quando sonho, gostaria de ser?
Não sou pássaros, nem cheiro de café, nem calor no peito
Nem sorriso, nem amor, nem vontades, desejos, esperanças
Tampouco existo alheio a estes e outros produtos dos meus
sonhos
Somos o que somos... ninguém precisa fingir-se feliz por
isto.
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