quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Promessa

Ela prometeu estar lá
prometeu que ficaria bem
que ficaria tudo bem
e que eu saberia quando
e como sofrer por ela
Algumas derrotas
são tão grandes que
amargam o sabor da vitoria
prometemos tanto
cumprimos tão pouco

Sabe... é patético abraçar
aquela blusa sua sem vc dentro
e imaginar que hoje
eu só queria orgulhar vc
e rir das coisas ruins
pq é tudo meio bosta mesmo
sempre foi...

as vezes cansa viver
com esse buraco
com essa falta
com essa angustia...


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Ego

Acordo péssimo, melhoro consideravelmente com um gole de café
Dias tristes me deprimem, mas odeio calor, prefiro os dias que não reparo no clima
se reparei é pq tem algo muio errado
reparo em pessoas, o tempo todo, uma tendencia maniaca, de nos detalhes
encontrar algo que defina, ou que poucos reparem
Sou um cãozinho dócil quando estou feliz
raramente estou feliz
quando estou, desconfie, tem algo muito errado (ou muito certo)
isso não signifique que seja casmurro, sou neutro
quando to feliz escrevo cartas mas nunca entrego
quando estou triste desenho olhos, quanto mais triste, mais olhos
escrevo...
escrevo todos os dias... não importa o que
poemas, cartas, textos aleatórios, ataques verbais que preferi não realizar
escrevo pois me obriga a sentir cada palavra escrita
evita que me mostre menos agradável que as pessoas mereçam
Raramente sou desagradável, mas tem algo incrível que ocorre
tenho uma certa sensibilidade a algumas lembranças
a algumas datas
tenho enorme dificuldade em ser o que querem o tempo todo
e ainda metabolizar as merdas que me acontecem
mas as vezes o monstro da as caras
faz coisas que as vezes me arrependo
outras nem tanto
uhm... sou de escorpião, tenho olhos castanhos
sinto tudo ao extremo
ODEIO quando chacotam de mim
vivi isso minha infância toda
por vários motivos, hora por questão racial
hora por situação social, outras pela aparência física,
as vezes espero o mesmo cuidado que tenho
em não ferir sem querer (por querer já eh outra historia)
Bom, o poema de hoje era outro
Mas estava na hora de as pessoas me conhecerem um pouco.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Tempestade e calmaria

É da natureza da tempestade seguir o seu caminho,
 com raros desvios, e tão violenta quanto vem, se vai. 
Ainda que saibamos que o caos passa, tolos que somos.
 invariavelmente tendemos a acreditar que não suportaremos
há aqueles que chegam logo após a tempestade, e se assustam
com tanto estrago, com tanta devastação
e logo imaginam e idealizam o quão maravilhoso seria
o mundo sem tempestades...
Há também aquele que, por não suportar o caos, se foi
Seja como for, não devem voltar...
e aqueles que não estão ali ha tempos...
nem reconhecem apos a devastação, talvez nem antes
e ha aqueles que suportaram tudo
toda chuva intensa, o frio cortante... 
nem sempre com um sorriso nos lábios
nem sempre fortes o suficiente para serem apoios
mas fortes o suficiente pra estar ali
não apenas por um falso amor
mas por ser também parte daquilo
suas tempestades são as mesmas
(e talvez isso seja amor e não outra coisa)
e no fim das contas, apos suportar o caos
reconstruir tudo que conhecemos tão bem
talvez melhor até do que antes
é bem mais fácil, bem menos dolorido
e de longe mais divertido que se apegar ao falso
O que as tempestades unem, raramente se separam

domingo, 17 de janeiro de 2016

A senhora (felicidade)

É uma senhora, as vezes menina
de olhos castanhos, riso fácil
de semblante calmo, cheio de vida
se perguntar onde mora, certamente
em meio ao riso dirá - aqui, ali, tanto faz
talvez porque morar é permanecer
e ela não gosta de permanecer
é como tempestade
vem insana, entra na sua casa
abre tua geladeira, bebe tua cerveja
e as vezes vai embora antes que vc durma
ou chega justo no momento
em que todos esqueciam o que era intenso
e traz um filme, e chocolates

Ela é silenciosa, sua irmã "histeria"
que é meio louca, anda muito com a "falsidade".
Esta senhora rompeu relações com a "ilusão"
numa briga que envolveu a "inveja", o "amargor"
a "má intenção"... todas elas se juntaram com o "desamor"
e a "felicidade", esta senhora, menina...
Fez a egípcia, e sorriu mais uma vez
só pra ter certeza...

Trocamos meia duzia de palavras.
Ela falava de amor, de amigos, de família
e eu de perdas, desencontros, insegurança
e foi então que ela me convenceu
com bons argumentos...
que ela me abraça a cada vez que resisto a dor
e quando sinto muito, mas não magoo alguém por isso
e quando sou paciente, ela abraça ainda mais forte
e ainda mais forte quando olho naqueles olhos castanhos
e simplesmente abraço de volta
não importa o quanto chova la fora
não importa se ela vai embora mais cedo ou mais tarde
não importa se a tristeza tb esta ali
não importa, não pense...
quando ela se for, a sensação vai durar tempo bastante
pra aguentar a saudade...

ps. Capirotinha coelhinho do mato, não me esqueci que vc eh a melhor leitora de sempre viu, a senhorinha acabou de sair aqui e disse que vai passar pra te ver... abrace de volta!



sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Sentido...


Há quem diga que Rosa morreu naquela noite fatídica
ha quem diga que quem morreu foi Pierre
ou foi Letícia, ou foi Clarisse...
esta louca sucessão de morte e vida
parecia fazer todo sentido
E Pierre sorriu...
Havia chuva, nuvens cinzas
e tudo mais que costumava lhe enclausurar
numa redoma cinza de dor e solidão
mas a memoria triste de Clarisse
dava um tom de certeza de que
tudo havia saído como deveria
e a memoria de letícia
ainda que trouxesse incertezas
se afogaria na memoria fresca
e límpida de Rosa
dos olhos castanhos brilhando por traz
da vergonha
o sorriso certo de que não queria estar
senão ali
e foi assim que Pierre entendeu
que não queria ser, senão a si mesmo
não queria ter, senão o que tinha
e não queria existir, senão pelo fato
de que tudo mais existia
exatamente da forma como existia...
E desta vez, o palhaço triste
sorriu feliz, e fez sorrir tanto quanto
e tudo fez sentido, como ha tempos não fazia...

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Daquelas musicas que me lembram alguem....

Cartola, Cazuza, Creed... musica de abertura de desenho animado, musicas que eu odiava e agora amo, musicas que eu amava agora odeio, musicas que eu odiava e ainda odeio.... O fato é que toda e qualquer pessoa que passa na minha vida tem sua musica, algumas tem toda uma trilha sonora. Acontece que as vezes as pessoas não estão mais ali, seja pelo que for, e como tendo a atribuir musicas tristes as pessoas mais significativas, o misto de saudade e musica triste nem sempre é saudável...
Essa musica de hj, eu sempre me vi no lugar da Clarisse, SEMPRE... até que algo aconteceu, e eu percebi que o poema (letra) tem tantas vozes, como se Clarisse estivesse em tanta gente... mas como musica sempre ressignifica, nos últimos meses tive uma "Clarisse"real do meu lado, o que tornou essa musica tão dificil de ouvir...

Apesar de colocar um video com letra, vou colocar a letra tambem aqui, já que nem todo mundo consegue carregar um video gigante se estiver usando o celular....

CLARISSE

Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado
Quem diz que me entende nunca quis saber

Aquele menino foi internado numa clínica
Dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças
Dos sonhos que se configuram tristes e inertes
Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha

E Clarisse está trancada no banheiro
E faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete
Deitada no canto, seus tornozelos sangram
E a dor é menor do que parece
Quando ela se corta ela se esquece
Que é impossível ter da vida calma e força

Viver em dor, o que ninguém entende
Tentar ser forte a todo e cada amanhecer
Uma de suas amigas já se foi
Quando mais uma ocorrência policial
Ninguém entende, não me olhe assim
Com este semblante de bom-samaritano
Cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente
Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente

Nada existe pra mim, não tente
Você não sabe e não entende

E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito
Clarisse sabe que a loucura está presente
E sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem

De quando em quando é um novo tratamento
Mas o mundo continua sempre o mesmo
O medo de voltar pra casa à noite
Os homens que se esfregam nojentos
No caminho de ida e volta da escola

A falta de esperança e o tormento
De saber que nada é justo e pouco é certo
E que estamos destruindo o futuro
E que a maldade anda sempre aqui por perto

A violência e a injustiça que existe
Contra todas as meninas e mulheres
Um mundo onde a verdade é o avesso
E a alegria já não tem mais endereço

Clarisse está trancada no seu quarto
Com seus discos e seus livros, seu cansaço
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
E esperam que eu cante como antes
Eu sou um pássaro
Me trancam na gaiola
Mas um dia eu consigo existir e vou voar pelo caminho mais bonito
Clarisse só tem 14 anos


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Devaneio nº 02

Eis que em um momento, indefinido e indefinível
uma partícula inominável, dotada de vida
inicia seu movimento na existência
não sabe ela que a porção consciente
é consciente de uma ínfima parte das coisas
coisas que são uma ínfima parte de um todo
que é uma ínfima parte do nada que a antecede
e eis que este movimento constante, porem nunca linear
atravessa por vezes a orbita de outras partículas
muitas vezes também dotadas de vida
as forças que movimentam estas são desconhecidas
mas existem
e por desconhecer nomeiam, dissecam, determinam
mas são tantas as forças
e eis que uma delas, aquela nominada amor
por conveniência e nem sempre por convivência
apos tanto tempo, tempo este humano
acaba por determinada como "sentimento"
ou enquanto força, atração, por outra partícula
dotada de vida ou não
possuidora de corpo de carbono ou não
e aquelas duas partículas, atraídas por esta força
entram em rota de colisão
e ao colidir, jamais voltarão a ser as mesmas
ainda que haja uma força de repulsão posterior

Onde está o problema então?
O controle sobre o movimento continuo é minimo
mas influenciamos diariamente a direção em que
a proa aponta, e nem sempre é pra onde desejamos
realmente ir, as vezes é simplesmente onde o orgulho
a inveja, a esperança ou qualquer artificio
nos leva...
Claro que as partículas se aproximam e se afastam, é um movimento
continuo... quase previsível
o sofrimento é a negação deste movimento
é a incapacidade de se adaptar ao mesmo
de antever colisões e desvios....

O amor é sofredor...
pq amar é negar que o movimento pode
de uma hora pra outra afastar a partícula amada
as vezes por um movimento mal planejado
as vezes por uma falha na hora de apontar a proa
alias, as chances de proas apontadas para diversas direções é incrível...
amar é conscientemente se forçar a não aceitar erros
não aceitar falhas
não aceitar nada alem da própria dor
de negar a si mesmo
é estar a deriva...

e se o amor for na verdade
o nada que antevem a este tudo que dizemos
e se for na verdade aquilo que te move
aquilo que te cerca
aquilo que negas quando diz amar

e se amor for a capacidade louca
de manobrar o barco de volta
não importa o quanto maluco pareça
manobrar pra longe, e pra perto, como
se desviando de tudo, sem perder de vista

e se... todo esse devaneio
não passar de uma reflexão lunática
uma tentativa estupida
de entender as coisas...