Como o ébrio em noite escura
atormentado pela abstinência
procura a garrafa e não a encontra
se desespera, e chora sozinho,
procura amor o poeta, não encontra
e assim como do frio se esconde o cão vadio
e sem lugar segue o caminho, tentando entrar
e lugares que não cabe ou não é bem vindo
procura o amor o poeta, e não cabe, ou não é bem vindo
Os que têm sede, a água
os que têm fome, pão
os saciados talvez pensem
ser exagero essa ânsia
não saciado está, o poeta
e quando triste o poema surge
e sangra fácil como lagrima
não traz alivio nem solução
mas soluço, o grito engasgado
de quem preferia ser o ébrio,
já que a garrafa que ali não está
ao menos esteve, e qualquer outra no mundo
pode a substituir
de quem preferia ser o cão vadio
que ainda que a noite toda passe frio
ha esperança de uma manhã de sol
e de um carinho de estranho
de quem preferia sede ou fome
qualquer coisa possível de saciar
mas esta ânsia, esta vontade
da presença do amor, de alguém
que não pode amar
irremediável está
mas o poeta... tolo
ainda procura...
(feliz dia dos namorados)
Ps, releitura de uma carta não entregue, de dia dos namorados (não pergunte o ano) uhauhauhauhauhauhauha
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